domingo, 25 de julho de 2010

Preciso de te encontrar ....

Hoje na véspera de mais um aniversário sentei-me aqui sozinho como sempre e fiz uma retrospectiva destes trinta e seis anos de vida e chego a uma simples conclusão, tão simples que a própria simplicidade me faz arrepios na ALMA… Sinto-me perdido, vazio, vivo numa tentativa constante de me definir a mim próprio. Os desafios vão surgindo, e na tentativa de os superar o melhor possível, procuro em mim a MINHA resposta… mas no meio de tantas possibilidades não me encontro, é tudo aproximado mas tão pouco certo ou seguro. Perco-me dentro de mim, quase no desespero de não saber quem sou por vezes, porque sei ser tanta coisa… Tento olhar para mim como se fosse dois, eu… e o que olha de fora, com uma visão o mais imparcial possível. Analiso-me, valorizo-me, critico-me, o que for preciso para poder chegar mais perto de mim. Mas no final de tantas voltas chego à conclusão de que, por vezes, isso já não resulta. Ou as situações vão sendo mais complexas ou eu adquiri a capacidade de as complicar. É o resultado de se pensar demais, a mente adquire elasticidade e acabo embrulhado na minha própria teia de pensamentos.
Nesta altura tento simplificar, fecho os olhos, respiro devagar, sinto o maior dom que tenho, a vida. Isolo os meus sentimentos. Então chego bem perto dessa partícula elementar a que chamo de Amor e fico assim… a sentir, todo o amor que me circula em vasos paralelos às veias. Mas que o vejo passar por mim sem sequer olhar para mim… É nesse longo instante que consigo decifrar a minha resposta… deixar ser o que tiver de ser. As decisões nem sempre têm de ser tomadas quando queremos ou quando pensamos que precisamos delas. As coisas simplesmente vão surgindo e as respostas com elas, no seu devido tempo. Não preciso de “correr” atrás de mim, porque quando é preciso, basta-me parar, deixar acontecer. Começo a emergir como uma chama que vai ganhando força, lentamente, sem forçar. A simplicidade está em deixar as coisas tomarem o rumo que têm de tomar… e tudo acontece na sua devida ordem, mas enquanto essa ordem não chega, não acontece, vou tentando encontra-me a mim próprio, porque tenho necessidade de VIVER, já chega de sobreviver, preciso de te encontrar..